Sinopse
Em Kansas vive Dorothy Gale (Judy Garland), uma aluna de 11 anos que vive na fazenda dos seus tios Henry (Charley Grapewin) e Em (Clara Blandick). Após o cão de Dorothy, Totó, "atacar' a insuportável Srta. Gulch (Margaret Hamilton), que, irritada, vai até Henry e Em com uma ordem judicial que a autoriza pôr o Totó "para dormir". Apesar dos apelos de Dorothy, os tios dela se sentem obrigados em cumprir a lei, então Gulch pega Totó e o coloca em uma cesta na bicicleta dela. Porém o cachorro foge e corre de volta para a fazenda. Temendo que Gulch volte para pegar Totó, Dorothy foge. Na estrada conhece o professor Marvel (Frank Morgan), um adivinho falso que deixa Dorothy fascinada com seus "dons". Ele entende que Dorothy fugiu de casa, então sutilmente a persuade para voltar para casa. Porém, quando Dorothy e Totó voltam, surge um tornado enorme, que se move pelas planícies na direção da fazenda. Os colonos Zeke (Bert Lahr), Hickory (Jack Haley) e Hunk (Ray Bolger) correm com Em e Henry para um abrigo, fechando as portas antes de verem Dorothy, que não teve tempo de se proteger com eles. Dorothy corre para dentro da casa, quando uma tela de janela arrancada pelo vento voa através do quarto e bate na sua cabeça. Logo ela descobre que a casa da fazenda foi arrancada do chão pelo ciclone e está sendo levada para o centro do tornado. Olhando pela janela, vê voando com a força do vento os animais de fazenda, um homem remando um barco e até mesmo uma mulher idosa, que calmamente tricota na cadeira de balanço. Dorothy também vê Gulch pedalando sua bicicleta, mas de repente se transforma em uma bruxa horrorosa montando uma vassoura e usando um chapéu pontudo. A casa começa a descer, girando até o solo e aterrissando com um estrondo. Apreensiva, ela abre a porta da casa e seus olhos se deslumbram com um lugar maravilhoso. Dorothy tem certeza que não está mais no Kansas, principalmente quando, através de uma bolha colorida, surge Glinda (Billie Burke), a Bruxa do Norte, perguntando se Dorothy era uma bruxa boa ou má. O motivo da pergunta é que os munchkins, os pequenos habitantes daquele lugar, disseram a Glinda que uma bruxa derrubara uma casa sobre a Bruxa Má do Leste, matando-a e os libertando-os de suas maldades. A Bruxa do Leste foi esmagada e agora só se pode ver suas pernas, que usava mágicos sapatos de rubi. Porém uma nuvem de fumaça vermelha anuncia a chegada da Bruxa Má do Oeste, que é igual à Srta. Gulch, e ameaça Dorothy tentando arrebatar os sapatos de rubi, que permanecem nos pés da sua irmã morta. Entretanto a Bruxa do Oeste não tem nenhum real poder na terra dos munchkins e, antes que possa pôr as mãos nos sapatos mágicos, eles surgem nos pés de Dorothy, graças a uma magia de Glinda. A bruxa jura vingança diante de uma terrificada Dorothy, antes de desaparecer em outra nuvem de fumaça vermelha. Dorothy conta para Glinda que ela quer ir para sua casa no Kansas. Glinda não pode ajudá-la, só o grande e Todo-Poderoso Mágico de Oz (Frank Morgan). Glinda diz que ele tem este poder e Dorothy busca a ajuda dele na Cidade de Esmeraldas, onde ele reside. Glinda aponta para ela a Estrada de Tijolos Amarelos e lhe diz para seguir este caminho para chegar na Cidade de Esmeraldas. Antes de partir Glinde diz para ela nunca tirar os sapatos. No caminho conhece um espantalho (Ray Bolger) que quer ter um cérebro e, como visitará um mago, pode ser que ele arrume um cérebro para o espantalho, assim resolvem viajar juntos. Mais adiante encontram um homem de lata (Jack Haley), que anseia por um coração, então os três passam a viajar juntos. Logo depois se deparam com um leão covarde (Bert Lahr), que quer ter coragem, então o quarteto fica mais do que determinado em achar o mágico de Oz.
Edição comemorativa de 70 anos.
Bastidores
L. Frank Baum publicou seu livro O Mágico de Oz (The Wonderful Wizard of Oz) em 1900. Nos anos seguintes foram vendidas milhões de cópias, e Baum escreveu mais treze livros sobre Oz antes de sua morte em 15 de maio de 1919.
Em janeiro de 1938, a MGM comprou os direitos de adaptação sobre o livro. O roteiro estava pronto em 8 de outubro de 1938 (após vários tratamentos). As filmagens começaram em 13 de outubro de 1938 e foram concluídas em 16 de março de 1939. O filme teve sua pré-estréia no dia 12 de agosto de 1939, e em 25 de agosto daquele mesmo ano entrou definitivamente em cartaz.
A escolha do elenco para o filme foi problemática, com atores trocando de papéis repetidamente no começo das filmagens. Uma das principais trocas ocorreu com a personagem Tin Woodsman. Ray Bolger originalmente interpretaria Tin Woodsman e Buddy Ebsen seria o Espantalho. Bolger estava insatisfeito com seu papel e convenceu o produtor Mervyn LeRoy a reescalá-lo como o Espantalho. No início Ebsen não reclamou da mudança, mas nove dias depois de iniciadas as filmagens ele sofreu uma reação alérgica à maquiagem à base de alumínio. Conseqüentemente, Ebsen (agora em estado grave) teve que ser hospitalizado e deixou o projeto. Jack Haley assumiu o papel no dia seguinte. Desta vez a maquiagem usada foi modificada para uma pasta à base de alumínio. Ironicamente, apesar do seu acidente quase fatal com a maquiagem, Ebsen viveu mais tempo que todos os atores principais.
O papel de Dorothy foi dado a Judy Garland no dia 24 de fevereiro de 1938. Depois de escalada, alguns executivos da MGM cogitaram trocá-la por Shirley Temple, mas não conseguiram a liberação da jovem atriz pela Fox. Então, outros executivos da MGM vetaram a idéia.
Interessantemente, a consideração de Temple para o papel de Dorothy impulsionou a Fox à produção de um filme que eles próprios desconheciam. Conhecendo bem o projeto de O Mágico de Oz, eles não apenas negaram a liberação de Temple para a MGM mas decidiram escalá-la num filme "rival", O Pássaro Azul (no original, The Blue Bird). Graças à complexidade dessa produção da Fox e à decisão de filmá-lo repentinamente, O Mágico de Oz chegou aos cinemas americanos um ano antes de O Pássaro Azul. E enquanto a produção da MGM conseguiu uma boa arrecadação, O Pássaro Azul não o fez.
Originalmente, Gale Sondergaard foi escalada para o papel da bruxa vilã. Ela ficou insatisfeita quando sua personagem deixou de ser uma feiticeira levemente glamourosa e tornou-se uma feia bruxa. Ela largou o projeto e foi substituída em 10 de outubro de 1938 por Margaret Hamilton.
Em 25 de julho de 1938, Bert Lahr foi contratado para viver o Leão Covarde. Frank Morgan juntou-se ao elenco em 22 de setembro de 1938 como o Mágico. 12 de agosto de 1938 foi o dia em que Charley Grapewin foi escalado para o papel do Tio Henry.
As canções foram gravadas num estúdio antes do início das filmagens. Algumas das gravações foram concluídas enquanto Buddy Ebsen ainda estava no elenco. Então, mesmo tendo abandonado o projeto, sua voz permaneceu no coro de "We're off to See the Wizard". É fácil identificá-lo.
Dirigido por Richard Thorpe, o filme começou a ser rodado em 13 de outubro de 1938. Thorpe foi demitido após algumas cenas já terem sido gravadas, e George Cukor assumiu a função. Ele mudou a maquiagem e o figurino de Judy Garland e Margaret Hamilton, isso significou que todas as cenas das atrizes precisariam ser novamente filmadas. Porém Cukor tinha um compromisso anterior com o filme E o Vento Levou (Gone with the Wind), e deixou o projeto no dia 3 de novembro de 1938, deixando o cargo para Victor Fleming.
Ironicamente, no dia 12 de fevereiro de 1939, Victor Fleming substituiu George Cukor novamente, agora na direção de E o Vento Levou. No dia seguinte King Vidor assumiu a direção para terminar as filmagens (basicamente as cenas em preto-e-branco da fazenda no Kansas).
Devido a sua estatura icônica, os sapatos de rubi usado por Judy Garland em O Mágico de Oz estão agora entre as mais preciosas e valiosas recordações de filmes da história do cinema. Os chinelos de prata que usava Dorothy na série de livros foram alterados de Ruby para tirar proveito do processo de technicolor novo. Sete pares foram criados para o filme por Adrian Gilbert, designer-chefe da MGM. Após as filmagens, os sapatos foram armazenados entre a extensa coleção de fantasias do estúdio. Um destes pares, encontrados no porão do departamento da MGM, foram vendidos em leilão em 1970 por US $ 15.000 a um comprador anônimo que doou-os ao Smithsonian , em 1979. Outros quatro pares são conhecidos por existir, um foi vendido por 666.000 dólares em um leilão em 2000. Um par roubado do Museu Judy Garland em Minnesota ainda está faltando. Outro par original também é propriedade da atriz Debbie Reynolds .
O Mágico de Oz tem sido identificado como sendo de grande importância para a comunidade LGBT, em parte devido a Judy Garland ser a protagonista. De acordo com o escritor Robert Hopcke, a realidade triste do Kansas implica a presença de homofobia e é contrastada com a terra colorida e aceitação de Oz. Quando é mostrado Oz, " o cenário é transformado em um rito de aceitação e celebração da comunidade." teóricos também traçaram paralelos entre as pessoas LGBT e personagens do filme, especificamente apontando para vida dos personagens de casal e desejo de Dorothy "para um mundo em que seus desejos interiores podem ser expressos de forma livre e plenamente."
Todas as estrelas do filme, exceto Frank Morgan, que morreu em 1949, viveu o suficiente para ver e apreciar, pelo menos, alguns dos lendária reputação do filme depois que ele veio a televisão. T. O último dos grandes jogadores de morrer foi Ray Bolger, em 1987.
Apesar de sua experiência de quase morte com a maquiagem de alumínio em pó, Buddy Ebsen vibeu mais que todos os membros do elenco principal, pelo menos, 16 anos a mais, embora sua carreira no cinema tenha sido prejudicada pelo incidente. Por causa de sua doença, seguido por seu serviço subseqüente na Guarda Costeira , sua carreira não se recuperaou totalmente até 1950, quando começou uma seqüência de uma série de TV e aparições que iria continuar em 1980. Apesar dos danos em seu pulmão, causados pela maquiagem em pó, ele morreu de complicações de pneumonia em 06 de julho de 2003 com 95 anos.
O Diretor Victor Fleming, o arranjador de música Herbert Stothart, o roteirista Edgar Allan Woolf, o editor Blanche Sewell , e o ator Charles Grapewin (que interpretou o tio de Dorothy Henry) não viveram para ver a transmissão do filme pela tv. Por coincidência, Fleming, Stothart, Sewell e Morgan morreram em 1949, que foi também o ano do relançamento do filme nos cinemas. Woolf tinha morrido no ano anterior e Grapewin morreu em fevereiro de 1956. Com o fim da decada de 60, também chegou o fim para, Judy Garland, que se juntou a eles: ela morreu em Londres, Inglaterra em 22 junho de 1969, com 47 anos por complicações de ingestão de medicamentos antes de uma apresentação em um concerto agendado.
Premiações
Ano | Prêmio | Categoria | Resultado |
---|---|---|---|
1939 | Festival de Cannes | Palma de Ouro | Indicado |
1940 | Oscar | Melhor trilha sonora | Vencedor |
1940 | Oscar | Melhor canção original | Vencedor |
1940 | Oscar | Melhor filme | Indicado |
1940 | Oscar | Melhor direção de arte | Indicado |
1940 | Oscar | Melhor fotografia | Indicado |
1940 | Oscar | Melhores efeitos especiais | Indicado |
Trailer
Curiosidades
* O livro saiu pela primeira vez em 1900, sob o título de "O maravilhoso mágico de Oz". Três anos depois ganhou várias continuações.
* Cinco estúdios lutaram pelos direitos de O mágico de Oz, livro escrito por L. Frank Baum. Não havia muitas dúvidas que a MGM levaria a melhor na disputa.
* Essa não foi a primeira filmagem. Em 1925 foi realizado um longa metragem dirigido por Larry semon (fazendo o Espantalho), e que tinha Dorothy Dwan como a Dotothy e Oliver Hardy (O futuro Gordo da dupla O gordo e o magro) no papel do Homem de Lata.
* Para os papéis dos habitantes da cidade de Munchkinland foram contratados 350 anões, que foram encontrados por um especialista.
* O papel da bruxa inicialmente iria para Galé Sondergaard, que fez diversos testes, mas quem acabou faturando foi a desconhecida Margaret Hamilton.
* Foi discutida a possibilidade de contratar Shirley Temple para o papel, mas ela sairia muito cara para o papel. Deanna Durbin também foi sondada, mas como estava em outro estúdio (Universal), a MGM desistiu, pois não queria divulgar uma estrela de outro estúdio. Coube a Judy o papel principal.
* O Mágico de Oz foi produzido com o que havia de mais moderno na época: tecnicolor. Mas para não ficar tão caro, foi decidido que as partes do Kansas seriam feitas em P&B.
* Nos primeiros testes de roupas, Dorothy aparecia de cachinhos dourados. Quando o diretor a viu, arrancou a peruca, tirou a maquiagem dela, escolheu também um vestido mais simples. Estava pronta.
* O ambiente era bem hostil para Judy, uma atriz iniciante, que ganhava o papel principal: Bolger e Haley gostavam dela, mas tinham medo que ela ofuscasse suas aparições. Mas ela estava sempre gentil e educada, tratando a todos por senhor.
* Judy tinha 16 anos quando o filme foi realizado, e usou um espartilho bem apertado, que tentava esconder os sinais de uma adolescência, afinal a Dorothy deveria ter 10 anos.
* Custo final da produção: U$ 2.777.080,00. Tornou-se o terceiro filme mais caro da MGM, ficando só atrás de Bem Hur e Terra dos deuses.
* A pré-estréia ocorreu em junho, em San Bernadino. Foi lá que foi decidido que duas canções seriam cortadas: “The jitterbug” e “Over the rainbow”. Na última hora foi decidido que “Over the rainbow” ficaria. Com relação a “The jitterbug”, ainda restam fragmentos gravados numa câmera caseira, e quem viu diz que ela não se encaixava direito no filme.
* Judy ganhou um Oscar especial por seu trabalho no filme, concedido às estrelas jovens.
* Frank Morgan chegou a fazer um teste com uma maquiagem que deixava o Mágico de Oz parecido com o do livro de L. Frank Baum, mas esta foi descartada. Ocorreram mais 5 testes até se chegar à caracterização final do personagem.
* Os produtores chegaram a cogitar a possibilidade de usar um leão de verdade no filme, com sua voz sendo dublada por um ator contratado.
* Quando George Cukor assumiu a direção, ele trocou o figurino de Dorothy e da Bruxa Má do Oeste, mesmo com algumas cenas já gravadas.
* A cada um dos munchkins que aparecem no filme foi pago US$ 50 por semana, enquanto que ao dono do cachorro Totó foi pago US$ 125 por semana.
-- A maquiagem usada por Bert Lahr para compôr o Leão o impossibilitava de comer objetos sólidos, sob o risco dela ser desfeita. Isto fez com que o ator apenas se alimentasse de sopas e milk-shakes durante boa parte das filmagens.
* A atriz Margaret Hamilton, intérprete da Bruxa Má do Oeste, teve que ficar afastada dos sets de filmagens por mais de um mês, após ter se queimado seriamente ao rodar a cena do desaparecimento de sua personagem da terra dos munchkins.
* A estrada de tijolos amarelos inicialmente seria verde. A mudança de cor aconteceu após uma das paralisações nas filmagens, quando ficou definido que a cor amarela seria a melhor a ser usada em um filme feito com Technicolor.
Elenco
Judy Garland (Dorothy Gale)
Ray Bolger (Hunk / Espantalho)
Frank Morgan (Prof. Marvel / Mágico de Oz / Guarda de Oz / Porteiro da Cidade de Esmeraldas
Jack Haley (Hickory / Homem de Lata)
Bert Lahr (Zeke / Leão)
Margaret Hamilton (Srta. Gulch / Bruxa Má do Oeste)
Billie Burke (Glinda)
Clara Blandick (Tia Em)
Charley Grapewin (Tio Henry)
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