terça-feira, 24 de maio de 2011


Montgomery Clift, eleito inúmeras vezes como um dos rostos mais belos do cinema e do mundo, teve tudo para brilhar nas telas do cinema, muito bem nascido, foi descoberto muito cedo pela mídia, estrelou vários filmes como galã, mas também enfrentou muitos problemas por ser belo, pois era assumidamente homossexual, e isso numa época em que tudo era inapropriado, causou muitos dissabores por entre o elenco e equipes de filmagens, como aconteceu com Jhon Wayne, que preferiu manter distância do astro, por pura ignorância sobre o assunto, o mundo não podia saber sobre sua orientação sexual, pois como era considerado o astro do cinema, os produtores tinham medo que seus filmes não fossem vendidos se as mulheres que eram apaixonadas por ele soubessem. Em muitas revistas era publicado que Monty teria um suposto romance com Elizabeth Taylor, pois eram sempre vistos juntos, mas o que acontecia era que Liz e Monty se tornaram amigos inseparáveis depois de filmarem o clássico Um Lugar Ao Sol, Liz era sua confidente e sua melhor amiga, e continuou sendo até sua morte em 1966.
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Nascido a 17 de outubro de 1920, em Omaha, Nebraska, EUA, seus pais, William Brooks, um renomado banqueiro, e Ethel “Sunny” Clift, já tinham um filho de 18 meses. Clift era gêmeo de Roberta (depois chamada Ethel), que nascera horas antes dele. Podemos dizer que Montgomery Clift nasceu em berço de ouro e numa família abastada, e seu primeiro nome foi em homenagem ao seu bisavô paterno, que se chamava Montgomery Blair. Em maio de 1928, Monty (como era chamado), com a mãe, os irmãos e a governanta, viajou para a Europa, a bordo do IIe France. Brincando na piscina do navio, outro garoto o manteve por longo tempo sob a água e quase o afogou. Seriamente afetado pela brincadeira de mau gosto, a mãe o levou a um especialista que havia tratado o Kaiser, em Munique. Submetido a demorada e difícil operação, obteve sucesso, mas a cirurgia lhe deixou com enorme cicatriz, bem visível no lado direito do pescoço, nunca percebida nos filmes graças aos recursos dos maquiadores.

Com sua aparição na Broadway aos treze anos, Clift obteve êxito nos palcos e atuou ali durante dez anos antes de viajar a Hollywood, debutando em Rio Vermelho (1948), com John Wayne. Tanto John Wayne como Walter Brennan se sentiram indignados pela homossexualidade de Clift e mantiveram-se afastados dele durante as gravações do filme. Por sua parte, Clift se sentia ofendido pelas inclinações ultraconservadoras dos atores. Em 1958, recusou um papel em Rio Bravo, que o teria reunido novamente com Wayne e Brennan. Seu papel ficou com Dean Martin. Também em 1948, Clift foi nomeado ao Oscar de melhor ator por sua interpretação em Perdidos Na Tormenta. Desde então, começaria um novo modelo de ator protagonista: sensível, emocional e com uma beleza melancólica, o tipo de homem que uma mulher gostaria de cuidar. Sua carreira esteve repleta de êxitos, interpretando muitos papéis que foram nomeados ao Oscar e convertendo-se em um ídolo por sua presença e atrativo. Suas cenas de amor com Elizabeth Taylor em Um lugar ao sol (1951) estabeleceu um novo padrão para o romance no cinema. Seus pápeis em A Um Passo da Eternidade" (1953), onde interpreta um soldado de infantaria (Robert E. Lee Prewitt), e em Os Deuses Vencidos (1958) são considerados os mais importantes de sua carreira.

Hoje, sabe-se que Montgomery Clift era homossexual. Talvez para preservar sua imagem de galã, muitos de seus primeiros biógrafos afirmavam que o grande amor de sua vida fosse Elizabeth Taylor. Esta, sempre soube da orientação sexual de Clift, mas as barreiras e empecilhos da época- e fora a Indústria Cinematográfica que não aceitava que seus astros fossem “gays”, algo inaceitável e imperdoável tanto para o público que ia aos cinemas quanto para os padrões e sistema da época- impedia que ele assumisse sua condição.

Monty e Liz ficaram muito amigos, e durante as filmagens de Um Lugar ao Sol, Monty sempre desabafava com Liz. Houve sempre entre os dois uma amizade mútua, baseado sobretudo na confiança.

Na noite de 12 de maio de 1956, Liz, ligou para Monty, que morava bem próximo a casa dela, a fim de convidá-lo para jantar. Kevin McCarthy estaria presente, assim como Rock Hudson, e secretária Phyllis Gates.

Durante o jantar, apenas tomou um pouco de vinho e nada mais. Por volta da meia noite e meia, despediu-se e saiu com McCarthy, deixando a luxuosa mansão, localizada bem do alto de uma colina, com a expressa recomendação de Liz para que seguisse de perto o carro de Kevin, para sua maior segurança. E ele prometeu que assim ele faria, para ela não se preocupar.

“De repente, ouvi um terrível estrondo”, contou Kevin. “Parei meu carro e dei marcha a ré dentro da noite, para encontrar o dele, destruído contra um posto telefônico. Senti cheiro de gasolina e procurei desligar a ignição, mas estava tãoescuro que não podia ver nada, nem mesmo Monty. Aterrorizado, voltei rápido para a casa dos Wildings, batendo forte na porta e gritando para que chamassem uma ambulância, sem saber se Monty estava vivo ou morto”.

Tanto Kevin, como seu marido tentaram impedir Elizabeth Taylor de descer a colina e ir até o local do acidente, mas, como acrescentou Kevin: “Ela estava desesperada, ela lutou conosco como um tigre e desceu correndo a colina”.

"O rosto de Monty escorria sangue e mal podia vê-lo. Mas me arrastei para dentro do carro e coloquei-lhe a cabeça no meu colo. Finalmente, ele voltou a si e começou a tentar puxar um dente solto. E Pediu-me para puxar outro e eu o atendi. Tive que me controlar para não passar mal” disse Liz Taylor.

Liz entrou na ambulância com ele, e chegaram ao Hospital Cedros do Líbano. Quando Clift foi levado para a sala de operações, Liz entou em forte crise de histerismo.

O Dr. Kennamer detalhou os estragos na face e no corpo de Monty: lacerações no lado esquerdo da face, com um nervo cortado, deixando aquele lado entesado e a boca torta; nariz quebrado e esmagamento da cavidade óssea; ambos os lados do maxilar quebrados, três dentes frontais perdidos; grave concussão cerebral; deslocamento do pescoço.

Clift recuperou-se por algum tempo no hospital, onde depois de três semanas, os médicos descobriram que um lado do maxilar havia sido engastado incorretamente. Tiveram de quebrá-lo e reengastá-lo.
Com o rosto sensivelmente desfigurado, evitaram de lhe dar papéis que pediam rostos bonitos e perfeitos, e desde aquele momento ele passou a fazer personagens sofridos, que iam de acordo com seus novos traços faciais, seu novo visual.

Montgomery Clift, que já tinha tendências depressivas, nunca mais foi o mesmo. A alma também fora profundamente atingida e ele se transformou num homem amargurado e triste. Um homem torturado.

As condições de saúde de Montgomery Clift se deterioravam ano após ano. Em janeiro de 1962, foi operado de uma hérnia e veias varicosas. Em dezembro do mesmo ano, à primeira de duas operações de catarata. O trabalho no Cinema, cada vez mais escasso, e com problemas de saúde e de bebida, tornou-se um ator pouco confiável. A memória, sempre considerada excelente, já não era a mesma.

Na manhã de 23 de junho de 1966, Montgomery Clift foi encontrado morto, às 6 horas da manha, por um amigo que cuidava dele em seus últimos anos. Levado para o necrotério da cidade, o legista fez a necropsia, e declarou que o ator tinha morrido de explosão da artéria coronariana. O ator esta sepultado em um cemitério Quaker, em Broklyn, Nova York

Segundo alguns autores, Montgomery Clift era homossexual. Outros argumentam que era bissexual. Seu biógrafo Michelangelo Capua afirma que «Monty dormiu tanto com homens como com mulheres, esperando descobrir suas próprias preferências sexuais». Diz ainda que a mãe de Clift «fala sem problemas da homossexualidade do filho: ‘Monty se deu conta que era homossexual muito cedo. Creio que tinha doze ou treze anos». ("Montgomery Clift: a Biography", p. 22)

Patricia Bosworth, que pode falar com sua família e muitas pessoas que conheciam o ator, escreve em seu livro "Montgomery Clift": «Antes do acidente, Monty tinha incontáveis romances com homens e mulheres. Encaixava com sua personalidade ter relações desta maneira…depois do acidente e sua dependência química, passou a ser um homem mais sério e o sexo passou a ser menos importante para ele». De todo modo, sempre deu mais importância aos velhos amigos como Bill Le Massena, Maureen Stapleton, Elizabeth Taylor, Libby Holman e Ann Lincoln.

Principais Filmes:

Julgamento em Nuremberg
Rio Vermelho
A Um Passo da Eternidade
Um Lugar ao Sol
Perdidos na Tormenta
Tarde Demais
De Repente, no Último Verão
Rio Violento
Os Desajustados
Freud - Além da Alma
Os Deuses Vencidos
A Tortura do Silêncio



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